Design e Expansão dos Sentidos
Diversão de Papelão
Em 2018 a Nintendo apresentou ao mundo seu novo jogo, na época anunciado para todas as crianças ou adultos que ainda tivessem sua criança interior. Quando publicaram o trailer acima, pegaram todos de surpresa: seu novo jogo era um conjunto de peças de papelão, que ao serem manipuladas alteravam o que ocorria na tela do console.
Para começar, podemos falar sobre como jogos tradicionais geralmente funcionam. O jogador possui algum método de comando, geralmente um controle, o combo de mouse e teclado ou até mesmo o touch de uma tela, e vê o resultado das suas ações em uma tela. Isso envolve principalmente a visão e a audição, que são muito utilizadas para apresentar o cenário e detalhes, mas pouco do tato. Controles de jogos tentam aumentar a imersão pelo tato, mas se prendem a motores de vibração embutidos neles, que não necessariamente transmitem grandes sensações.
Ao mesmo tempo existem diversas outras tentativas de envolver mais sentidos no jogo. Kinect e o Wii, com suas diferenças, integraram os movimentos físicos do usuário para dentro dos jogos. Já dispositivos de Realidade Virtual integram o próprio usuário diretamente no jogo, expandindo sua sensação de visão na experiência.



A diferença e atrativo do Nintendo Labo, portanto, é a sua fisicalidade. O papelão é um material relativamente básico, mas mais importante, ele é de verdade. Tem espessura, tamanho, cores e textura. Além disso, barbantes complementam a montagem, trazendo mais diversidade de materiais.
No exemplo acima, podemos ver o processo de montagem. Destacar as peças do papelão, montá-las, usando o jogo como manual, e interagir com as peças no jogo. Porém o projeto não fica só na brincadeira: os usuários podem ver “por dentro” das montagens de papelão, como se fosse um Raio-X que apresenta como as peças são por dentro. Além disso, o jogador pode criar seus próprios jogos, compartilhando com a comunidade. Tudo isso torna a experiência muito mais tátil e física do que a gente vinha conferindo até o momento na indústria.